Bolinho de Batata Doce

Batata Doce

“Você vai almoçar numa casa e lá lhe oferecem um prato divino, que dá ao seu corpo sensações novas de gostos e olfatos. Vem logo a ideia: Que bom seria se, de vez em quando, eu pudesse renovar este prazer. E, infelizmente, não posso pedir para continuar a ser convidado. Usamos a fórmula clássica: Que delícia: quero a receita. Traduzindo para os nossos propósitos: Quero possuir um conhecimento que me possibilite repetir um prazer já tido. O conhecimento tem sempre o caráter de receita culinária. Uma receita tem a função do permitir a repetição de uma experiência de prazer. Mas quem pede a repetição não é o intelecto. É o corpo. Na verdade, o intelecto puro odeia a repetição. Está sempre atrás de novidades. Uma vez de posse de um determinado conhecimento, ele não fica repassando e repassando. Já sei, ele diz, e prossegue para coisas diferentes. Com o corpo acontece o contrário. Ele não recusa um copo de vinho, dizendo que daquele já bebeu, nem se recusa a ouvir uma música, dizendo que já ouviu antes, nem rejeita fazer amor, sob a alegação de já ter feito uma vez. Uma vez só não chega. O corpo trabalha em cima da lógica do prazer. E, do ponto de vista do prazer, o que é bom tem de ser repetido, indefinidamente”.

O parágrafo acima, do texto Ciência, Coisa Boa… (Rubem Alves), faz parte do livro Introdução às Ciências Sociais, organizado por Nelson C. Marcellino (Papirus Editora, 17ª Edição, 2010). Perfeito para memórias culinárias, onde sempre estamos em busca dos aspectos sensoriais que nos fizeram felizes em determinados momentos das nossas vidas, ou seja, “o que é bom tem de ser repetido”, e como diz o texto “uma receita tem a função do permitir a repetição de uma experiência de prazer”. Quem não vai à procura de um gosto perdido que nos proporcione prazer e felicidade? Ao ler este texto, fiquei buscando meus gostos esquecidos. Quais os gostos que armazenei na minha caixinha de memória sem acessos por longos anos, substituindo-os por outros gostos, não menos prazerosos, que também serão armazenados, substituídos e esquecidos? Lembrei-me de algo muito simples, muito mesmo. Batata doce amassada com manteiga e leite Ninho e polvilhada com muito açúcar.

Na minha casa materna não tínhamos jantar, tínhamos o café da noite. Muito farto, variado e com algumas sobras provenientes do almoço, que eram magicamente transformadas em outros pratos pela minha mãe. Havia sempre uma raiz nordestina para complementação. Aipim (macaxeira), inhame, fruta pão, batata doce. A batata doce era a minha preferida, pois era transformada num lúdico e delicioso bolinho, feito por mim e meus irmãos em processo de competição culinária ao vivo. Ganhava quem fizesse o bolinho mais simpático aos olhos de uma rígida comissão julgadora formada por meu pai e minha mãe. Claro que todos ganhavam, em um processo afetuoso de rodizio de ganhadores.

Bolinho de Batata Doce

Batata Doce

1 – INGREDIENTES

  • Batata doce
  • Leite em pó Ninho
  • Manteiga
  • Açúcar

2 – MODO DE PREPARO

  • Lavar previamente as batatas e cozinhá-las;
  • Deixar esfriar e descascar;
  • Pegar quantas batatas sua fone suportar. Amasse-as bem com um garfo;
  • Misturar as batatas amassadas com leite em pó Ninho e manteiga (nas quantidades que sua mãe e/ou sua dieta permitirem);
  • Fazer um lúdico bolinho no formato que sua imaginação e criatividade permitirem;
  • Polvilhar com açúcar;
  • Degustar tudo e armazenar este mágico sabor na sua memória. Será eterno!
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